POR RODRIGO RODRIGUES
A aprovação do Marco Civil da Internet no Senado Federal foi marcada nesta terça-feira (22) por um grande bate-boca entre os senadores Lindbergh Farias (PT) e Aécio Neves (PSDB), ambos pré-candidatos das eleições de outubro. Um ao governo do Rio, outro à Presidência da República. 
O bate-boca esquentou durante a deliberação sobre a inversão de pauta e votação ou não do projeto em regime de urgência, conforme queriam os movimentos sociais que ajudaram a formatar o projeto e estavam presentes nas galerias.
O senador tucano pediu a palavra para defender a prorrogação das discussões por mais um mês. Ele sugeriu que Lindbergh não havia participado dos debates do projeto na casa e "mais uma vez chegava atrasado nas discussões".
A afirmação do mineiro veio em resposta ao petista, que afirmou que o PSDB dava um "tiro no pé" ao querer atrasar a votação do projeto na casa, que contava com mais de 350 mil assinaturas pedindo a brevidade das discussões.  (veja vídeo abaixo) 
“Mais uma vez o senador Lindbergh chega atrasado nas discussões e quer opinar. Mas quero reafirmar, não vejo em vossa excelência, senador Lindberg, autoridade política ou moral para me dar qualquer lição de moral. Vossa excelência chega atrasado, não sabe sequer o que está sendo votado (…) Vossa excelência quer chegar e fazer graça numa casa que deveria ter respeito de vossa excelência”, disse Aécio Neves.
Ofendido com as palavras do colega em plenário, Lindberg subiu o tom e rebateu o tucano, sendo interrompido pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), que com o dedo em riste iniciou várias ameaças ao senador fluminense: 
“Não vejo em vossa excelência autoridade para falar em trabalho nesta casa. Compare as minhas presenças e o meu trabalho nesta casa com o de vossa excelência. Não me venha passar pito porque vossa excelência não é dos mais assíduos”, declarou aos berros o petista. 
“Cuide dos seus problemas e dos seus processos. Não venha fazer qualquer ataque a mim”, revidou o senador de Minas Gerais. 
Por conta do bate-boca, a sessão foi interrompida por alguns minutos.
Apesar dos gritos e berros, o governo aprovou a inversão de pauta por 46 votos contra 15 da oposição.
Na seqüência, emplacou a votação em plenário do Marco Civil da Internet, que foi à sanção da presidente Dilma após vitória do governo por ampla maioria, exatos 28 dias após o mesmo projeto ser aprovado na Câmara dos Deputados.
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