O líder evangélico/neo-pentecostal Bispo Edir Macedo tem no seu perfil momentos bastante polêmicos na sua
trajetória de conquistas e vida, que é de conhecimento de uma grande maioria do povo brasileiro e você pode constatar alguns destes momentos no post. Mas em meio a tantas polêmicas ele figura na posição de 16º lugar no ranking divulgado pelo portal iG que define os 60 nomes mais poderosos do País. Edir Macedo é hoje um nome conhecido em pelo menos 170 países.
-Confira o post na integra publicado pelo iG e comente…
Dono da Rede Record e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, o líder evangélico ultrapassou a fronteira brasileira e hoje é conhecido nos cinco continentes.
Seu poder vem de duas frentes religiosamente ligadas: na primeira, e principal, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), com
presença em mais 170 outros países nos cinco continentes. A segunda frente é a Rede Record, da qual é proprietário, uma extensão da primeira. As duas formam uma espécie de força centrífuga e centrípeta simultânea, que alimenta e diversifica os dividendos surgidos da igreja. Afinal, entre as duas, a obra e a graça da generosidade dos fiéis. Raros executivos e empreendedores produziriam um “business plan” melhor do que este.
O dedo do “Bispo Macedo” para apontar para si e sua igreja o caminho de milhões de fíéis (1,8 milhão, segundo o IBGE; 8 milhões nas
contas da IURD) escancarou um especial talento para atrair doações em tamanho e tempo capazes de fazer dele um bilionário. Ele segue como ninguém a “teologia da prosperidade”, doutrina segundo a qual a bênção financeira é o desejo de Deus, e o discurso positivo e as doações sempre aumentarão a riqueza material do fiel. Mas sua glória financeira e, digamos, espiritual é também seu calvário: os adjetivos e acusações, ele as recebe no mesmo compasso com que os dízimos enchem os cofres da IURD. Macedo já foi acusado de charlatanismo, curandeirismo e enriquecimento com a exploração da fé.
O bispo parece, no entanto, estar preparado para enfrentar os adversários de toda espécie. Tal atributo vem de longe. Devido ao problema físico nas mãos, sofreu bullying na infância, segundo revelou na biografia arrasa-quarteirão “Nada a perder”. Disse ele: “Muitas vezes senti complexo de inferioridade. Me considerava o patinho feio da escola e até da família. Sempre fui motivo de zombaria. Muitos adultos e meninos da minha idade me chamavam de dedinho”.
O sucesso – comprar o livro é dever obrigatório para um verdadeiro fiel – reflete a trajetória vitoriosa e polêmica do bispo evangélico retratado no livro como um ser quase perfeito. Uma pessoa cuja principal tarefa no mundo é abrir os olhos dos outros diante de um poderoso inimigo, o qual ele próprio faz questão de nomear com todas as letras: “A sina da Universal é barrar a Igreja Católica”.
Tudo começou num coreto
A sede da Igreja Universal do Reino de Deus fica em Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro. É a catedral chamada Tempo da Glória do Novo Israel. A IURD foi fundada no verão de 1977 pelo então pastor Edir Macedo e seu cunhado Romildo Ribeiro Soares. Os números em torno dela assustam. Em pouco tempo, tornou-se o maior e principal grupo neo-pentecostal do Brasil. Aqui existem mais de cinco mil templos. Para atender aos fiéis, quase 10 mil pastores.
Edir Macedo contou com o apoio do cunhado R. R. Soares, nome com o qual se tornaria conhecido como pregador. Eles haviam se
conhecido em 1968 na Igreja Pentecostal da Nova Vida, fundada pelo americano Robert McAlister. Juntos, decidiram criar sua própria igreja, nomeada, a princípio, A Cruzada do Caminho Eterno e, em seguida, A Casa da Bênção. Macedo e Soares se desentenderam anos depois, quando a Universal já era um fenômeno, tanto religioso como econômico. Ex-católico, graças a Deus Espanta quem descobre que Edir Macedo Bezerra já foi católico de usar correntinha no pescoço, devoto de São José. Mas é verdade. Com 15 anos, numa Sexta-Feira da Paixão, foi levado pelos pais para cultuar Jesus morto e ficou assustado com a violência da imagem. Ao desistir do catolicismo, passou pelo espiritismo e frequentou terreiros de macumba, mas também ali não encontrou “as respostas desejadas”.
Ainda jovem, Edir Macedo conseguiu uma colocação: emprego público na Loteria da Guanabara, obtido com o auxílio do ex-
governador Carlos Lacerda, com quem a família dele tinha certa proximidade. Seu trabalho era uma mistura de contínuo com auxiliar de escritório. Isso não impediu, no entanto, que o poder lhe subisse a cabeça: certo dia, levando ao pé da letra uma recomendação interna, impediu a entrada de um monsenhor no escritório administrativo, o qual havia sido enviado pelo arcebispo para recolher um dinheiro que na época algumas sociedades católicas recebiam das loterias: “Eu barrei a Igreja Católica naquele dia. Simbolicamente, seria um prenúncio do que se tornaria a sina da Igreja Universal ao longo os anos”, diria anos depois.
Incômodo e riqueza permanentes
Apontado pela revista “Forbes” com um dos bilionários do mundo, na 1268ª posição, Edir Macedo tem a fortuna avaliada em US$ 1,1
bilhão. Enquanto sua riqueza aumenta, as denúncias não param: em 2007, a Polícia Federal abriu investigação pela suposta prática de crimes de falsidade de ideológica, contra a fé pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro – o líder da Universal teria se apropriado de recursos da igreja para formar patrimônio pessoal em empresas de comunicação.
Em 2008, reportagem da “Folha de S. Paulo” apontou Macedo com o maior detentor de concessões na mídia eletrônica brasileira, com 23 emissoras de tevê. O grupo teria registro no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha, e seria utilizado para “esquentar” os dízimos recebidos pela Universal.
Convocando o capeta
O chefe da Mundial passou recibo e rebateu as acusações no mesmo nível da elegância do adversário: no Canal 21, afirmou que “câncer” de Macedo é obra de demônio. A tréplica chegaria sem tardança. Macedo levou sua médica à TV para atestar que não sofre da doença e ainda exibiu no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, uma reportagem sobre a compra, por Valdemiro, de três fazendas avaliadas em 50 milhões. -Veja matéria – Clique aqui.
Essa aguerrida disputa se deu num momento em que a Universal passou a perder fiéis e receita para a Mundial. Em 14 anos, o segundo
teria conquistado mais de 20% dos seguidores do primeiro. Para quem não sabe, Valdemiro foi membro da cúpula da Universal, mas acabou preterido por Macedo na indicação para um posto de maior visibilidade. O que se viu a seguir nos ensina que não se deve desejar ter um pastor como adversário: Valdemiro rompeu com o chefe, fundou a própria igreja e, além das baixarias listadas acima, resgatou o modelo primitivo que originou o fenômeno Universal – a luta contra Lúcifer e a promessa de curas e milagres de todos tipos, pilares que Macedo substituiu pela “teologia da prosperidade”. Atingia assim o nicho de fiéis de menor poder aquisitivo e altíssima credulidade.
Se templo é dinheiro, sabemos, fé é mercado.