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Segundo a delegada Luciana de Sousa Silva, do Juizado Especial e de Proteção à Família de Formiga, o assédio acontecia por meio de mensagens trocadas por celular e de perguntas postadas em um site de relacionamentos. “Ele (o padre) fazia perguntas do tipo ‘você se sente envergonhado de excitar uma pessoa do mesmo sexo?’”, exemplificou a policial.
O padre, que estaria afastado da Igreja Católica há quatro anos, chegou a sugerir sexo oral e a pedir que o garoto gravasse um vídeo, nu da cintura para baixo. O homem ainda era responsável por uma quadra onde várias crianças praticavam esportes. “A vítima não chegou a enviar imagens, e os dois não tiveram relações sexuais”, disse a delegada, destacando que a atuação da polícia impediu um possível abuso.
Denúncia. A mãe do garoto foi quem procurou a polícia, após o menino contar o que estava acontecendo. A partir da denúncia, a delegada solicitou um mandado de busca e apreensão e foi até a casa do suspeito. Lá, foram achados um notebook e um celular contendo as mensagens trocadas entre o padre e o menino.
“Não encontrei conteúdo pornográfico no computador”, afirmou a delegada Luciana, que foi ao local acompanhada de um perito.
Durante o depoimento, o suspeito chegou a falar que tinha interesse em manter uma relação com o garoto. Por outro lado, o padre também afirmou que gostaria de pedir perdão por suas atitudes.
A Polícia Civil ainda vai ouvir os outros meninos que jogavam bola com a vítima e o suspeito. Além disso, serão feitas diligências na cidade onde ele estava morando. Conforme Luciana, o suspeito nasceu em Formiga, mas morava em outro município, que ela preferiu não revelar o nome. Há um ano ele voltou para a cidade natal, onde tem família.
Por enquanto, a delegada não pretende pedir a prisão provisória do padre. Porém, de acordo com ela, se outros casos de abusos cometidos por ele aparecerem, o quadro poderá mudar. O prazo para que o inquérito seja finalizado é de 30 dias. Inicialmente, o homem deve ser indiciado por pedofilia branda. A pena para esse tipo de crime é de um a três anos mais multa arbitrada pelo juiz.
Proteção
Distância. A delegada Luciana de Sousa Silva informou que vai entrar com pedido de medida cautelar para impedir que o padre se aproxime do garoto e frequente determinados locais.
Rastros virtuais são as provas
A internet pode ter um lado positivo e outro negativo em relação à pedofilia, na opinião de Marcelo Ribeiro, vítima do crime que lançou recentemente o livro “Sem Medo de Falar – Relato de uma Vítima de Pedofilia”. “A rede facilita a prática, mas deixa provas”, explicou.
Segundo Ribeiro, quando o assédio acontece pela internet, o adolescente tem mais facilidade de contar. Entretanto, ele reforça que é preciso procurar a polícia mesmo quando “a denúncia é solitária”. Em 2012, a Secretaria de Estado de Defesa Social registrou 1.941 casos do crime. No ano passado, foram 2.231.
Ele enviava mensagens pornográficas à vítima, diz delegada de Formiga.
Medida cautelar poderá impedir que o suspeito se aproxime do menino.
Bárbara Almeida
Do G1 Centro-Oeste de Minas
Um padre de 48 anos da cidade de Formigaconfessou à Polícia Civil nesta quarta-feira (20) a prática de pedofilia. Segundo a polícia, ele já era investigado pelo crime após denúncias de que estava afastado das atividades por tentar se relacionar com um adolescente de 15 anos.
De acordo com a delegada do Juizado Especial e Proteção à Família, Luciana Sousa, a mãe do adolescente procurou a delegacia após o filho denunciar que o padre enviava mensagens pornográficas para ele via rede social e celular. "A mãe do garoto contou que o menino recebia mensagens do pároco pedindo fotos sem roupa, vídeos pornográficos e até para realizar sexo oral", informou a delegada. A delegada informou que foi aberto um inquérito.
Durante o depoimento, o padre disse ainda que pediu para se afastar da igreja em 2010 por sentir atração por homens.Nesta quarta-feira foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do pároco. "Recolhemos o celular e o notebook do suspeito, onde localizamos todas as conversas com o material pornográfico que ele mantinha com o adolescente. Durante o cumprimento do mandado, o investigado confessou o crime e só não foi preso por não haver, no momento, estado de flagrância", explicou Luciana.
O suspeito é funcionário da Prefeitura de Formiga. Ele trabalhava na biblioteca pública e também na quadra de esporte onde teria conhecido o adolescente. A Polícia Civil informou que o padre e o adolescente se conheciam porque jogavam futebol juntos. Agora, a delegada entrará com pedido de medida cautelar para impedir que o suspeito se aproxime da vítima. "O inquérito policial tem previsão de término dentro de 30 dias. Em depoimento o suspeito informou que não havia tentado assediar outros adolescentes, mas será investigada a existência de mais vítimas" ressaltou Luciana Sousa.
O G1 entrou em contato por telefone com a Diocese da Igreja Católica de Oliveira, porém o responsável para falar sobre o assunto não foi encontrado. Já a Prefeitura de Formiga informou à reportagem do MGTV que não vai se pronunciar sobre o caso até que seja comunicada oficialmente da denúncia.
VERDADE GOSPEL