As Armas Espirituais Da Batalha — Efésios 6.13-17

1.O imperativo da batalha — v. 13

"Portanto, tomai toda a armadura de Deus". O apóstolo orde­na a posse dessas armas com um imperativo: TOMAI. Ele não ordenou que se fizessem armas, mas que se tomassem as armas existentes. Não há o que nos possa preocupar. As armas existem e estão à disposição dos remidos. As armas humanas são frágeis e impróprias para essa batalha espiritual.



2. A resistência no "dia mau" da batalha — v. 13

"… para que possais resistir no dia mau". O "dia mau" não precisa ser especificamente um dia de 24 horas, mas pode represen­tar aquele dia, ou hora ou minuto em que somos surpreendidos com doenças, tentações, circunstâncias inesperadas etc. Para que possa­mos resistir nesse "dia mau", precisamos estar alerta, tomando posse das armas espirituais que nos capacitam para a resistência.

"… e, havendo feito tudo, ficar firmes". Depois de havermos superado as dificuldades e termos vestido toda a armadura de Deus, resta apenas estarmos em pé para o combate. Nossa armadura espiri­tual não é para ser exibida, mas para ser usada contra o inimigo. Visto que o adversário é sagaz e cheio de malícia, o soldado de Cristo não pode descuidar-se: ele deve "estar firme", isto é, estar em pé com o sentido de prontidão para qualquer eventualidade de ataque do inimi­go.


3. A designação das armas — vv. 14-17

Notemos que Paulo inspirou-se nas armas militares de seu tempo, mui especialmente nas armas romanas. E claro que essas armas são uma figura das armas espirituais. São armas cujas peças formam um "todo" e envolvem "o corpo total".

a) Armas defensivas para o corpo — "o cinto da verdade" e a "couraça da justiça" (v. 14).

b) Para os pés — "calçados… na preparação do evangelho" (v. 15).

c) Para as mãos — "o escudo da fé" (v. 16).

d) Para a cabeça — "o capacete da salvação" (v. 17).

e) Para a boca — "a espada do Espírito" (v. 17).

3.3.1. O cinto da verdade — v. 14

O texto literal é "cingidos com a verdade". O cinto é a peça que cinge, isto é, que segura ou prende as roupas à cintura. Significa que todas as roupagens espirituais que usamos devem estar com a verdade. Usava-se no armamento romano um cinto para prender a couraça e o resto da roupa. Esse cinto vinha cheio de pedras semipreciosas e era usado com muito orgulho pelo soldado. A finalidade do cinto era prender os pontos dos vesti­dos, deixando livres as pernas do soldado, que assim podia se movimentar.


3.3.2. A couraça da justiça — v. 14

A principal finalidade da couraça é defender, isto é, proteger o peito. A justiça deve permear a vida e os atos do lutador cristão. A justiça aqui se une com a verdade, e elas podem ser notadas frontalmente pelos inimigos (Is 59.17; 1 Ts 5.8). A "couraça" protege das setas mortais do inimigo. Na nossa luta espiritual, a "justiça e a verdade" andam de mãos dadas.

3.3.3. Calçados… na preparação do evangelho — v. 75

"… e calçados os pés na preparação do evangelho da paz". Os calçados são importantes para os pés do lutador na guerra. Nos tempos romanos, em que Paulo se inspirou para fazer a analogia das armas, o soldado usava um tipo de sandália com cravos nas solas que ajudavam o soldado a não deslizar, dan­do-lhe segurança. Portanto, a significação da expressão paulina para "calçados na preparação do evangelho da paz" tem a ver com a segurança da mensagem que pregamos. O Evangelho é poder — dunamis, no grego — contra as forças do mal.

A palavra "preparação" tem o sentido de prontidão. Os calça­dos deviam oferecer segurança e capacidade de prontidão em mo­mentos inesperados, isto é, prontidão sem riscos de quedas ou deslizamentos. Outro termo que se destaca no versículo é "evange­lho", que significa boa novas, boas notícias ou mensagem. O soldado calçado com o Evangelho exerce também o papel de mensageiro. Nessa batalha espiritual, nossos inimigos quererão arrancar nossos calçados para que não levemos a vitória do Evan­gelho da paz ao mundo perdido.


3.3.4. Escudo da fé — v. 16

"… tomando sobretudo o escudo da fé". O escudo é a arma defensiva contra os ataques diretos do inimigo. O soldado pren­dia o escudo num dos braços. Esse escudo tinha a forma de um prato gigante, que servia para proteger todo o corpo. A fé diz respeito à nossa confiança e crença doutrinária. Um soldado cristão sem escudo é soldado vulnerável aos ataques satânicos. O conhecimento da Palavra de Deus forma o "corpo da fé", ou seja, o escudo da fé que protege o crente contra as heresias e mentiras satânicas.

"… com o qual podereis apagar todos os dardos inflama­dos do maligno". Que são esses dardos inflamados? Eram estopas embebidas em alguma substância inflamável, que eram acesas e lançadas em flechas contra o adversário. Havia naquele tempo escudos muito frágeis, feitos de madeira. Os inimigos lançavam esses "dardos inflamados" para queimar o escudo e tornar vulnerável o corpo do soldado para ser atin­gido. No sentido espiritual, o diabo lança suas flechas com dardos inflamados de carnalidade e maldade para enfraque­cer o crente, mas nosso escudo deve ser o "escudo da fé", que impede a destruição com fogo. Nossa fé deve ser a força incontestável que derrota o diabo. A fé aqui tem um sentido transcendental, não natural. A confiança em Deus deteriora ds poderes malignos.


3.3.5. O capacete da salvação — v. 17

"Tomai também o capacete da salvação". No grego, a palavra ‘capacete" é perikephalaia. O capacete servia para proteger a cabeça. Nos tempos antigos, os capacetes eram feitos com figuras decoradas de animais ou carrancas para intimidar o adversário ou para representar o usuário do capacete. O apóstolo usou a figura do capacete para representar a salvação. A cabeça é a parte mais vulnerável do corpo, por isso o lutador a protegia com um capacete. As figuras representativas usadas no capacete tinham o objetivo de mostrar a força e a inteligência do lutador. O crente, por sua vez, toma posse do "capacete" da salvação, que é a segurança máxima de sua vida, pois se a cabeça for atingida, ele corre o risco de perder a salvação.


3.3.6. A espada do Espírito — v. 17

"… e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus". Havia dois tipos de espada usadas numa batalha. Uma era feita de várias formas e tamanhos, normalmente de bronze. No grego, esse tipo de espada chamava-se ziphos. O bronze pode representar a presença do Espírito Santo na vida do crente. O outro tipo, no grego machaira, era um pouco mais curta que a ziphos e era usada pelos gladiadores. Quanto à dimensão da espada, o texto não se preocupa; preocupa-se antes com o seu manuseio. A espada era arma de ataque. O texto diz que a "espada do Espírito é a Palavra de Deus". A Palavra das Escrituras é a espada do Espírito contra o erro, contra a mentira e a presunção. Só essa espada pode vencer o diabo e o pecado. É uma arma ofensiva. A Palavra pregada ou ensinada com autoridade é a espada do Espírito em ação. A nossa própria palavra é frágil, mas a Palavra de Deus é poderosa. G. H. Lacy, em seu Comentário da Carta aos Efésios, diz: "Os grandes triunfos dos evangelistas se devem ao fato de fazerem muito uso da Palavra de Deus em suas pregações. Os que pregam filosofia ou sutilezas da lógica moderna podem convencer o intelecto, mas não movem o coração". Portanto, é a Palavra de Deus a maior arma de defesa e ataque que o crente tem à sua disposição: (Hb 4.12; 2 Pe 1.21). A espada de dois fios corta em dois sentidos. De um lado ela convence e converte; do outro, condena (SI 45.3,5). É uma espada que sai da boca de Cristo (Ap 1.16; 19.15). Com a espada nas mãos dos santos (Sl 149.6), o mundo será convencido do Evangelho pelo poder da Palavra de Deus — "a espada do Espírito" (2 Tm 3.16; Hb 3.7; 1 Pe 1.11).

Igreja Batista Ebenezer de Cristais

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