VERDADE GOSPEL
A prisão do pastor Marcos Pereira líder da Igreja ADUD acusado de estupro de fiéis da própria denominação, esta sendo alvo de cobertura quase que total da mídia nacional. Esta cobertura foi duramente criticada pelo colunista da Veja Reinaldo Azevedo.-Confira e comente…
“Como já apontei aqui — e apontarei outras 500 vezes se necessário —, a existência de um ativo preconceito antirreligioso na imprensa brasileira, os idiotas perdem a modéstia e perguntam: ‘O que você vai dizer agora?’. Vou dizer o óbvio: cadeia para Marcos Pereira se for culpado, como defendi cadeia para padres pedófilos. Qual o mistério? [...]O preconceito antirreligioso da nossa imprensa é, na verdade, anticristão (antievangélico e anticatólico). Em relação ao islã, por exemplo, dá-se o contrário: busca-se provar, por exemplo, que atos terroristas são dissociados da religião. Qualquer orientalismo é sempre bem-vindo”, constatou Reinaldo Azevedo.
Se pastor cometeu todos os crimes de que é acusado, que fique 800 anos na cadeia! O que sei é que evangélicos não são estupradores, assim como católicos não são pedófilos! Ou: O pastor e um vídeo do AfroReggae
Segundo Azevedo, a mídia estaria atuando de forma parcial na cobertura do caso, e generalizando ao estender a caricatura feita em cima de Marcos Pereira a todos os evangélicos.
“Se [Marcos Pereira] cometeu os crimes de que é acusado, que fique 800 anos na cadeia. O que sei — e a patrulha pode desistir que não
cedo a esse tipo de pressão vagabunda — é que evangélicos não são estupradores ou tendentes ao estupro, assim como católicos não são pedófilos ou tendentes à pedofilia”, escreveu Azevedo.
O jornalista diz ainda em seu texto, que “dá quase para tocar no clima de preconceito” existente na imprensa brasileira contra os evangélicos.
Segundo o jornalista, há má vontade da mídia ao publicar, por exemplo, que o pastor Marco Feliciano já havia saído em defesa de
Marcos Pereira anteriormente, numa situação distinta da atual: “‘Ah, Fulano de tal, evangélico, já defendeu Marcos Pereira; Beltrano também…’ Certamente não o defenderam porque fosse um estuprador, não é mesmo? Aliás, entendo que a notícia merece tal destaque justamente porque nos parece especialmente incompatíveis estas duas realidades: o fato de o sujeito ser um líder religioso e, ao mesmo tempo, um estuprador. ‘Ah, ele já era acusado de muita coisa…’ É verdade! Desde o tempo, por exemplo, em que o movimento AfroReggae, ausente do noticiário (eventualmente aparece como um berço de heróis), atuava em parceria com ele. Em fevereiro do ano passado, José Júnior, o coordenador do movimento, acusou Pereira de planejar a sua morte. Nunca ficou claro o motivo. O certo é que brigaram”, publicou Azevedo.
-Confira o post na integra pelo colunista e blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo e comente…
Já recebi aqui uns “trocentos” comentários sobre o tal pastor Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Ele é acusado de ter cometido vários estupros e de ter se associado ao narcotráfico, e se investiga até a possibilidade de envolvimento com um homicídio. Está preso. Se cometeu os crimes de que é acusado, que fique 800 anos na cadeia. O que sei — e a patrulha pode desistir que não cedo a esse tipo de pressão vagabunda — é que evangélicos não são estupradores ou tendentes ao estupro, assim como católicos não são pedófilos ou tendentes à pedofilia.
Nessas horas, dá quase para tocar no clima de preconceito, de tal forma ele se adensa. “Esses evangélicos são mesmo uns falsos moralistas… Vejam lá!”. Ou ainda: “Esses evangélicos são contra o casamento gay, mas abrigam estupradores”. Ou por que não: “Todo moralista, no fundo, é mesmo um pervertido”. Parafraseando Musil sobre Kakânia (ele falava de outro assunto…), em Banânia, tendemos a achar que todo moralista é um pervertido, mas ainda não chegamos ao requinte de considerar todo pervertido um moralista…
Como já apontei aqui — e apontarei outras 500 vezes se necessário —, a existência de um ativo preconceito antirreligioso na imprensa brasileira, os idiotas perdem a modéstia e perguntam: “O que você vai dizer agora?”. Vou dizer o óbvio: cadeia para Marcos Pereira se for culpado, como defendi cadeia para padres pedófilos. Qual o mistério? NOTA À MARGEM: o preconceito antirreligioso da nossa imprensa é, na verdade, anticristão (antievangélico e anticatólico). Em relação ao Islã, por exemplo, dá-se o contrário: busca-se provar, por exemplo, que atos terroristas são dissociados da religião. Qualquer orientalismo é sempre bem-vindo. Se aparecer algum sugerindo que comer capim purifica a alma, o defensor dessa purificação será tratado como Santo Agostinho jamais seria porque Santo Agostinho, por óbvio, é incompatível com capim.
“Ah, Fulano de tal, evangélico, já defendeu Marcos Pereira; Beltrano também…” Certamente não o defenderam porque fosse um estuprador, não é mesmo? Aliás, entendo que a notícia merece tal destaque justamente porque nos parece especialmente incompatíveis estas duas realidades: o fato de o sujeito ser um líder religioso e, ao mesmo tempo, um estuprador. “Ah, ele já era acusado de muita coisa…” É verdade! Desde o tempo, por exemplo, em que o movimento AfroReggae, ausente do noticiário (eventualmente aparece como um berço de heróis), atuava em parceria com ele. Em fevereiro do ano passado, José Júnior, o coordenador do movimento, acusou Pereira de planejar a sua morte. Nunca ficou claro o motivo. O certo é que brigaram.
Amigos? Ah, ele foram, sim!!! E como!!! Vejam o vídeo abaixo, em que José Júnior canta as glórias de Marcos Pereira. Pergunta óbvia: digamos que Júnior tenha sido enganado… Por que os evangélicos, que o elogiaram o pastor que está preso, não podem entrar na mesma categoria? Respondo: porque José Júnior, na imprensa, é considerado um “ativista social”, acima do bem e do mal, e os evangélicos são vítimas do tal preconceito a que me referi. No vídeo abaixo, peço que vocês prestem atenção à fala de José Júnior, a partir de 4min24s (transcrevo-a em seguida):
A Fala de José Júnior
José Júnior – “Pastor, as igrejas, geralmente, têm uma postura muito pacifista, o que é natural, mas a gente percebe que a Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que é a sua igreja, na verdade, é um grupo de guerreiros que vai no meio do front mesmo, e que o senhor não usa arma de fogo, mas utiliza a palavra de Deus como se fosse uma ponto 30 e sai fuzilando todo mundo”
José Júnior – “Pastor, as igrejas, geralmente, têm uma postura muito pacifista, o que é natural, mas a gente percebe que a Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que é a sua igreja, na verdade, é um grupo de guerreiros que vai no meio do front mesmo, e que o senhor não usa arma de fogo, mas utiliza a palavra de Deus como se fosse uma ponto 30 e sai fuzilando todo mundo”
“A palavra de Deus como uma ‘Ponto 30’”!!! Belas palavras, sem dúvida, não é mesmo?, para designar uma ação religiosa. José Júnior fosse outro, certamente renderia um tratado sobre algo mais ou menos assim: “Diz-me que metáforas usas e te direi quem és…”.
Que fique claro: o pastor estava proibido de entrar no presídio Moniz Sodré havia quatro anos porque existiam severas desconfianças sobre a natureza e os efeitos de sua pregação. Voltou por intermédio do AfroReggae.
“Olhem o Reinaldo tentando arrastar o sacrossanto AfroReggae, que acha que a palavra de Deus deve ser usada como uma ‘Ponto 30’, para a aluvião que colhe o pastor Marcos Pereira”!!! Não estou tentando arrastar nada nem ninguém. Até hoje, não se sabe direito por que José Júnior e Pereira brigaram. Sei que já havia uma penca de acusações contra o pastor quando faziam trabalho juntos. O rompimento, depois, foi estrepitoso.
Estou exercendo o jornalismo como gênero didático: estou demonstrando que o pastor Marcos Pereira, a despeito das suspeitas e acusações, era aplaudido por um monte de gente, tanto por aqueles que a imprensa adora detestar, como os cristãos, como por aqueles que a imprensa adora amar, como o AfroReggae.
E não, sob nenhuma hipótese, a palavra de Deus pode ser usada como uma “Ponto Trinta”. É ruim como fato e é ruim como metáfora.
PS: O vídeo acima é o primeiro de uma série de quatro. Estão todos no YouTube, se é que não se dará um jeito de tirá-los de lá…
Por Reinaldo Azevedo
