O executivo Júlio Camargo, ligado à empresa Toyo Setal e réu em um dos processos da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de irregularidades em contratos da Petrobras, pediu perdão judicial com base no acordo de delação premiada firmado em outubro com o Ministério Público Federal (MPF).
No pedido, formulado no último sábado (10) ao juiz federal Sérgio Moro, Camargo responde à denúncia do MPF, aceita por Moro em dezembro.
No documento, o executivo pede que, caso Moro não conceda o perdão judicial, que a pena aplicada seja “adequada àquela acordada no termo de colaboração premiada” – regime aberto diferenciado, por, ao menos três anos, e não superior a cinco anos.
Pela lei, caso sejam cumpridos todos os requisitos da colaboração premiada, o juiz poderá “conceder perdão judicial, reduzir em até dois terços a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritivos de direito”.
Camargo é acusado dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas e fraudes em contratos de câmbio. Além do executivo, a denúncia também cita outros três investigados: Nestor Cerveró ex-diretor da área Internacional da Petrobras; o lobista Fernando Baiano e Alberto Youssef.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o executivo afirmou ter pago US$ 40 milhões em propinaao lobista Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema de corrupção, para garantir que uma empresa sul-coreana fornecesse à Petrobras sondas de perfuração para serem usadas na África e no Golfo do México – o PMDB nega ligação com Baiano, que também diz não ter relação com o partido. No documento protocolado neste sábado, a defesa de Camargo corrigiu o valor e afirmou que o executivo pagou US$ 30 milhões ao lobista.
No documento, a defesa de Camargo afirma que Baiano poderia ser considerado um operador da diretoria Internacional da Petrobras “por conta das evidências, a proximidade, a intimidade com o diretor Nestor Cerveró, e o sucesso que ele obtinha nos contratos que eram intermediados por ele”.
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Fonte: G1
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